Segundo o dicionário #feedback é “o retorno da informação ou do processo”. Nesse sentido, o feedback é ou, ao menos, deveria ser parte integrante dos processos de recrutamento, até porque, é uma ferramenta de gestão e como tal pode contribuir para o desenvolvimento de potencialidades.
E por que um bom feedback é importante?
A razão central para isso é que beneficia a todos os envolvidos. O candidato se beneficia das informações recebidas, pois passa a reconhecer suas potencialidades, bem como os pontos que podem ser aprimorados para futuros processos. Nesse ponto, o feedback contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional do candidato. Além disso, beneficia o gestor e/ou analista de RH já que este tem a chance de gerir suas habilidades em fornecer feedback, e a empresa, pois esta passa a ter uma imagem positiva frente aos candidato, mantendo então, sua boa reputação enquanto contratante.
Para que o feedback atinja toda sua potencialidade e seja considerado relevante, Vieira e Vargas (2014) apontam que este deve ser passado com cordialidade e a informação dada deve ser precisa e proveitosa para o receptor. Além disto, deve ser singular de forma que promova aprendizagem e mudança, deve ser focado no comportamento, dado de maneira imediata e deve permitir que o receptor expresse seu ponto de vista.
Prover feedback aos candidatos eliminados dos processos de recrutamento não é uma realidade na maior parte das organizações e isso pode ser percebido no dia-a-dia de quem vem buscando uma colocação ou recolocação no mercado de trabalho, o que é uma pena, pois se utilizado como uma ferramenta de gestão estratégica, o feedback pode agregar benefícios para a cultura da organização. Guerreiro (2019) pontua que a ausência de feedback por parte do recrutador é uma prática antiética.
E quais são os motivos pelos quais as empresas não dão feedback?
De acordo com Vieira e Vargas (2014) os motivos mais comuns são: cultura organizacional conservadora com suas ideias e práticas; dificuldade das pessoas em dar e receber feedback; falta de tempo e acúmulo de funções por parte dos analistas; falta de conhecimento, por parte dos gestores, sobre a ferramenta e seus benefícios; e receio de como a outra pessoa o receberá.
Porém, os candidatos ao serem convocados para um processo criam expectativas em torno daquela oportunidade e a ausência de algum tipo de retorno, seja ele pelos motivos acima ou outros, costuma gerar uma ansiedade que pode vir a afetar negativamente a imagem que o candidato tem de si e de suas competências, afetando assim, seus desempenhos futuros.
Apesar disto, no cotidiano, todos que passaram ou que ainda passarão por algum processo de recrutamento correm o risco de ficar sem feedback. Para mudar isso, o que algumas organizações tem feito é enviar uma resposta automática e padrão para candidatos não aprovados. Embora esse tipo de mensagem não contribua para o desenvolvimento pessoal e profissional do candidato, ela ajuda a por um ponto final em relação a expectativa que foi desenvolvida e ainda consegue que a organização mantenha sua boa reputação frente aos eliminados do processo.
E vocês, costumam receber Feedbacks?
Referências
Guerreiro, S. F. L. (2019). "A ética no recrutamento: análise das práticas no processo". Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa. Instituto Superior de Economia e Gestão.
Vieira, F., & Vargas, E. C. (2014). O uso inteligente do feedback: se é tão bom, por que não se pratica. Semana Acadêmica, 1-20.
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